Em abril último, na França, entrou em vigor uma lei que proíbe mulheres muçulmanas de usarem a burca e o niqab em público. A lei prevê a aplicação de uma multa de € 120 às infratoras, além de “aulas de cidadania”.
Dentre muitos comentários na internet, encontrei este, que condensa bem a opinião geral:
“Que é isso? Imigrante chega no seu pais e quer impor os costumes da sua terra, ainda mais costumes religiosos que por si só diminuem a mulher? Sim, tem que multar, valer a lei. SE algum ocidental for para a Arábia Saudita e usar um crucifixo é tomado na hora e a pessoa é humilhada e pode ser até presa. Assim é tambem se exibir uma bíblia ou falar de Jesus. Por que o ocidente deve se submeter a costumes que não são nossos?”
Muito bem, meu caro José, vamos voltar no tempo. Quando os colonos europeus chegaram na América (apenas um exemplo), trouxeram na bagagem não só sua religião — que fizeram questão de socar goela abaixo dos locais — mas também armas, varíola & outras desgraças. Foi o mesmo europeu que, séculos depois, ergueu a bandeira da Liberdade, da Fraternidade e da Igualdade. Outros tempos, você diria.
Liberdade religiosa não se enquadra no conceito francês de “Liberdade”? Os direitos das mulheres mulçumanas de ir e vir e de manifestar publicamente sua religião estão sendo tolhidos na França, em detrimento de uma lei xenófoba e retrógrada.